lunedì 5 gennaio 2015

Mundo da comparação

Se ouves de bom agrado um cantor, se gostas de uma mulher, se preferes uma comida, não depende nem do cantor, nem da mulher, nem da comida. Depende somente das avaliações do teu cérebro. O conto do mundo é um conjunto de subjectividades. A objectividade é uma mentira.
Vais ver um filme, contas à tua maneira as sensações que o teu cérebro colheu, lês as opiniões sobre o filme e de novo estás perante um conto subjectivo dos outros. Depois te fazes condicionar. Amas aquilo que os outros amam, achas bonito aquilo que outros dizem que é bonito. Ou então fazes o contrário. Detestas tudo que os outros amam, te enervas por aquilo que os outros acham divertido, mas é somente a actividade comparativa do teu cérebro. Depende somente daquilo que o teu cérebro elaborou quando eras miúdo, em base aos contos subjectivos dos adultos que conheceste. 
As nossas avaliações são somente comparações.
Isto é melhor que aquilo, é mais bonito, mais pesado, era melhor antes, se aprecia com o tempo... Comparações. Se todos os seres humanos corressem os 100 metros na mesma velocidade, não existiria a corrida dos 100 metros. Comparações às quais damos valores absolutos, mas tudo se desenvolve dentro dos nossos cérebros. 
Pensar ter entendido objectivamente como são as coisas é o maior acto de soberba que alguém pode cometer. Não ter a consciência que vivemos dentro do nosso pessoal conto do mundo, que é fruto das comparações dos contos que ouvimos dos outros, é o profundo analfabetismo que gera mitos, certezas inflexíveis, conflitos, guerras e prevaricações. É a alucinação colectiva que todos estamos a viver, com as nossas classificações pessoais, com as prostrações àqueles que para nós contam alguma coisa, e o desprezo àqueles que para nós não valem nada. Como se nós contássemos alguma coisa.

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