lunedì 1 ottobre 2012

A Natureza Humana

Confesso que hoje não tinha intenção de escrever sobre antropologia filosófica. Queria mesmo é reflectir sobre um tema relativo a política, mas vi que ultimamente tenho escrito somente sobre temas políticos, por isso resolvi variar.
Como escrevi acima, hoje farei a exposição de uma minha reflexão baseada na antropologia filosófica, mais especificamente sobre a "natureza humana".

Já desde a fundação do mundo que os homens fazem estudos para entender o carácter natural do ser humano, e como é previsível, nunca um filósofo, um antropólogo ou um sociólogo conseguiu elaborar uma tese com aceitação universal, simplesmente porque este é um campo bastante abstracto.

Falar sobre a natureza do ser humano é sempre muito complexo, porque as visões são sempre baseadas em factores subjectivos, influenciadas pelas experiências vividas por cada um de nós.

Um conflito tem acendido o campo da filosofia hà milhares de anos, que é baseado na seguinte pergunta: "o homem, por natureza, é malvado ou bondoso?", isto é, por essência, o homem nasce benévolo, ou a maldade é algo que caracteriza o ser humano?
Para a formação da minha teoria, estudei várias teorias já expostas, dos maiores filósofos aos menos letrados. Conversei com amigos, ouvi musicas que retratam o assunto, vi documentários, etc. Mas surpreendentemente não encontrei uma teoria prevalecente.

Primeira Teoria

Grandes filósofos, nos quais saliento Thomas Hobbes, sempre defenderam arduamente que o homem é um ser malvado por essência,  que faz as coisas somente por interesse pessoal. Hobbes faz o exemplo que mesmo quando um homem faz um acto de beneficência, não o faz para ajudar o necessitado, mas o faz para liberar-se da angústia em ver alguém a sofrer, faz portanto pensando sobretudo a si mesmo e não ao sujeito necessitado. Segundo esta teoria, portanto, o homem tem um carácter malvado, e pensa somente em satisfazer os próprios interesses, nem que para isso tenha de passar por cima do "seu próximo". Esta é uma teoria que teve bastante sucesso e foi muito apoiada por vários filósofos, sobretudo porque nasceu num período em que o continente europeu estava a ser assolado por guerras de conquista de terras. Deste modo, digo que o contexto ajudou bastante para que a teoria tivesse o sucesso que teve, e fosse inclusive defendida por muitos filósofos, antropólogos e sociólogos dos dias de hoje.

Segunda Teoria

Outra tese, contrária à tese acima exposta, é a que foi defendida por um outro grande grupo de filósofos, onde posso salientar o célebre Jean Jacques Rosseau, que defendeu que o homem é benévolo por essência, e que a maldade que eventualmente pode caracterizá-lo é conquistada com o tempo, dependendo do meio social em que cresce. Segundo este segundo grupo, a maldade é algo que "conquista-se", e é portanto um factor externo que podemos adquirir com o tempo, devido a variadíssimos factores aos quais estamos inevitavelmente sujeitos. A família, os amigos, os meios de informação, etc, são somente alguns dos factores que podem ser determinantes na alimentação da maldade no ser humano. Esta teoria, como se pode presumir, é também bastante plausível o que fez com que obtivesse um grande sucesso, e é defendida até nos dias de hoje por muitos exponentes da nossa sociedade, um deles é Tenzin Gyatso, o actual Dalai Lama.

Minha Teoria

No entanto, surpreendentemente, nao estou plenamente de acordo com nenhuma das duas teorias.
A minha teoria pode parecer um pouco louca, e com pouco sentido, mas é a teoria que nao me sai da cabeça, e me està difìcil aceitar uma outra. Digamos que é uma espécie de teoria intermédia, que colhe um pouco das duas teorias, e que acrescenta um factor normalmente ignorado ou transcurado pelos filósofos: a religião.
Bem, a minha teoria define o ser humano como um ser inicialmente benévolo, como foram Adão e Eva. Mas depois do pecado capital, a situação do homem mudou radicalmente. Sabe-se que de Adão e Eva provieram Caim e Abel. Caim era o malvado e Abel o bondoso. Eu creio que de Caim e Abel provieram as duas categorias de ser humano hoje existentes, os bons e os maus. Acho que as duas figuras em questão criaram uma raiz que se estende até os dias de hoje. A maldade e a bondade porém não são características permanentes. Creio que estas características são suscetíveis de sofrerem alteração com base nos factores externos em que entramos em contacto quotidianamente, como a família, os amigos, a religião, etc. Portanto, creio que um homem pode nascer por essência mau ou bom, e que pode assim permanecer por toda a vida, ou alterar este seu estado se permitir com que certos factores externos possam dominar a própria vida.
Como disse acima, é uma teoria um pouco louca e aparentemente sem sentido, mas na qual acredito bastante e procurarei aprimorá-la ainda mais.

De qualquer forma, se me pedissem para escolher uma entre as duas teorias mais famosas, escolheria a de Thomas Hobbes, que etiqueta o homem como um ser malvado por essência, interessado somente em satisfazer os próprios interesses. Os factos marcantes da história deste mundo obrigam-me a pensar desta maneira.

D.M.